Anel Intra-Corneano

Os implantes corneanos intraestromais surgiram na década de 1950 e foram descritos inicialmente por José Ignácio Barraquer com a finalidade de modificar a curvatura da córnea para promover a correção de erros refrativos. Os anéis corneanos passaram a ter uma importância maior na oftalmologia nas últimas duas décadas, especialmente devido aos números estudos de um grupo nos Estados Unidos e um grupo no Brasil liderado pelo oftalmologista Paulo Ferrara.
Em 1995, o anel passou a ser testado em córneas irregulares onde o excimer laser estaria contraindicado. Desta forma, a cirurgia de implante de anel mostrou ser capaz de melhorar a qualidade visual em pacientes portadores de ceratocone, astigmatismo alto após transplante de córnea, ectasia pós excimer laser, entre outros.
Antigamente utilizava-se da técnica manual para realizar o procedimento, porém atualmente o implante dos anéis guiado pelo laser de femtosegundo tornou o procedimento mais seguro e eficaz. O procedimento é indolor, feito em ambiente de bloco cirúrgico sob anestesia local em forma de colírio. No pós-operatório é prescrito ao paciente colírios antibiótico e anti-inflamatório para ser utilizado nos primeiros 30 dias após o procedimento.

Cross-Linking da Córnea

O procedimento de cross-linking da córnea consiste em um tratamento cirúrgico desenvolvido com a finalidade de aumentar a resistência da córnea e, com isso, melhorar sua estabilidade além de reduzir o potencial de deformação especialmente nos pacientes portadores de ceratocone em franca progressão.
Este procedimento também pode ser indicado em pacientes que apresentam ectasias corneanas e degeneração marginal pelúcida. A grande maioria dos pacientes (80%) não apresenta alterações na refração e na curvatura corneana. Entretanto, 20% dos pacientes apresentam leve diminuição da curvatura de até duas dioptrias. O maior objetivo deste procedimento é diminuir as chances de progressão da doença.
O cross-linking é realizado em ambiente de bloco cirúrgico de forma ambulatorial, anestesia local com colírio. Nos pós-operatório o paciente recebe prescrição de colírios anti-inflamatório, antibiótico e lágrima artificial para ser utilizado nos primeiros 30 dias após o procedimento. A real eficácia do procedimento será avaliada em meses a anos.

Transplante de Córnea

O transplante de córnea ou ceratoplastia penetrante é um procedimento consagrado com grande taxa de sucesso. Geralmente, a acuidade visual corrigida após o transplante atinge 20/40 ou melhor em 80 a 90% dos casos. É importante ressaltar que em torno de 30% dos pacientes vão apresentar algum episódio de rejeição durante os primeiros cinco anos seguintes à cirurgia. As principais indicações de transplante de córnea são ceratocone avançado, ceratopatia bolhosa e cicatrizes corneanas. Entre outras causas menos frequentes estão úlceras de córneas graves não responsivas ao tratamento clínico e perfuração corneana.
Nas últimas décadas novas técnicas de transplantes lamelares (DALK ou DMEK) têm surgido com o objetivo de remover somente a parte anterior da córnea ou a parte posterior da córnea de acordo com a doença de base apresentada pelo paciente. Essas técnicas tem sido aprimoradas no sentido de aumentar a eficácia e diminuir as complicações inerentes à uma cirurgia penetrante.

Ceratectomia Fototerapêutica (PTK)

Das diversas formas que existem para tratar a córnea utilizando o excimer laser, as duas aplicadas ao tratamento das opacidades de superfície são: a ceratectomia fototerapêutica (PTK) e a ceratectomia fotorrefrativa (PRK), sendo esta última reservada para casos em que se desejar corrigir um erro refracional associado. O PTK trata doenças corneanas superficiais do epitélio e do estroma anterior corneano utilizando excimer laser, como por exemplo distrofias e cicatrizes corneanas e erosão recorrente epitelial. Além de remover ou reduzir as opacidades, pode ser utilizada para regularização da superfície.